Grupo, tendo Vó Maria ao fundo, passa tarde fazendo renda em Ponta Negra. |
As mais jovens estavam ali para aprender a renda de bilros com ela. Outras, já experientes na arte, só faziam rechear o grupo e a conversa, entre um entrelaçar e outro. "Vem gente de todo quanto é lado aprender", diz uma das veteranas.
Vó Maria aprendeu a rendar aos 7 anos, por incentivo da mãe, e tentou transmitir o ensinamento para os filhos. Mas a trabalhosa renda é hoje pouco valorizada e ninguém quis saber de levar a tradição adiante. "Se for viver disso, morre de fome", garante a rendeira. Somente os que querem fazer peças para uso próprio ou desejam ver correr o tempo é que se dispõem a aprender, como é o caso de parte das alunas da Vó.
Vó Maria ensina uma de suas alunas. |
Ela, porém, não para de rendar. "Já aprendi a fazer muita coisa na vida, mas não interessa. O que interessa é mesmo a minha almofada, a minha renda, pra lá e pra cá, pra lá e pra cá", diz dona Maria, cantarolando ao ritmo do movimento das mãos que manuseiam os bilros, ao tecer uma renda cor-de-rosa.
A renda de bilros é chamada assim porque utiliza pequenas peças de madeira torneada que recebem o nome de bilros. Nelas são enroladas as linhas que vão formar os desenhos sobre uma almofada dura em formato de cilindro chamada rebolo.
A renda em produção, os bilros e almofada cilíndrica. |
Em Ponta Negra, além das componentes desse grupo, outras poucas rendeiras perpetuam a arte. Elas também são encontradas em outras partes do nordeste, porém sempre em pequena quantidade.
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