Ainda há muita coisa para escrever sobre a Expedição Nordeste, mas faço um parêntese aqui para falar da Pauliceia Desvairada, casa de muitos nordestinos, como o que cruzou o meu caminho nesta terça.
Numa tarde chuvosa, que chegou a alagar a capital e cidades do Grande ABC, este nordestino vendia desses utensílios que motorista nunca se sente tentado a comprar a menos que calhe de naquele momento estar precisando. Ele estava numa calçada da Avenida do Estado, nas proximidades do Mercado Municipal, se abrigando dos pingos e respingos debaixo de um viaduto.
Iguais a ele, tantos outros, todos incumbidos de suas vendas, a fim de garantir o pão em casa. Mas ele queria mais que apenas oferecer seus produtos. "Mas geme aquela moça do BBB, hein?", comentou o cidadão puxando papo. Ele se referia ao suposto caso de estupro no programa global, que desde domingo tem agitado as redes sociais e os noticiários, inclusive o Jornal Nacional, que acaba de chamar matéria para o assunto.
"Pois é! Você acha que ela estava desacordada?", pergunto eu. "Tava nada!", responde ele, com um sotaque ao qual estive habituada nos últimos dias. E com um sorriso malicioso, se pôs a concluir o que se passou com a moça depois de uma festa regada a muita bebida. "Ela bebeu demais, rapaz! E estava é gostando".
E o trânsito, apesar de lento, anda, e a conversa acaba por aí. O que no nordeste foi possível durante a expedição com a Trupe Artemanha, de sempre que o assunto rendia poder ficar horas batendo papo na maior tranquilidade, em São Paulo nem sempre é permitido num primeiro encontro como este. Mas quem sabe este blog não reencontra o vendedor mais adiante para comentar o desfecho do escândalo do Big Brother? Na Pauliceia há coisas que são mais difíceis, mas impossíveis já não podemos dizer.
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