sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Carlão, o treinador

Carlão e as carteirinhas de seus alunos do Parati I.

Pelada de criançada na rua tem um par de chinelos no gol. Na escolinha do professor Carlão, tem duas pedras bem grandes. Até existe trave, que foi ganha de um patrocinador, mas fica guardada e só é utilizada em dia de jogos contra equipes de outras escolinhas. Deixar as traves ao léu, sem ninguém para cuidar, no terreno vazio que Carlão usa para treinar seus alunos, não seria uma boa ideia.

Carlos Humberto Elisiário, de 46 anos, dá aulas quatro vezes na semana, em dois períodos diferentes, no gramado irregular de uma área da prefeitura, que fica no meio do Jardim Parati I, no município paulista de Bebedouro. Ali poderia ser uma praça, mas só reinam as ervas daninhas. Então, professor Carlão aproveita o espaço para fazer algo útil.

O treinador, em conversa com seus alunos, antes de um treino.

Ele criou sua escolinha, faz carteirinha de identificação para cada um da turma, leva água e 'prancheta' com esquema tático, e não ganha nada por isso. Faz porque acredita que o esporte é saúde, cria disciplina, fomenta as amizades. E ai de quem não tirar nota boa na escola! Professor Carlão exige o boletim no final do bimestre.

O treinador diz que um de seus sonhos é fazer faculdade de Educação Física, mas só conseguiu estudar até a quarta série. Pensa em fazer supletivo no próximo ano. Quem sabe não dá tempo? O outro sonho é ouvir no futuro, dos meninos que treina, que eles se tornaram alguém na vida pela ajuda do treinador.

"(A escolinha) é simples, né, mas dentro do meu coração ela é muito mais do que simples, é um campo profissional", diz. Assista ao vídeo!



Fotos e vídeo: Luciana Quierati

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